Ignorando a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) optou por indeferir a candidatura de Lula. A arbitrariedade da decisão contradiz outras disposições tomadas por magistrados de todo o Brasil, além do próprio tribunal.
Nesta terça-feira (04), o dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenador da campanha de Lula na Paraíba, Rodrigo Soares, falou sobre os desdobramentos da determinação do TSE – que impede o ex-presidente Lula de prosseguir na disputa eleitoral – durante entrevista à jornalista Nena Martins, no programa ‘Agora Master’ da TV Master, em João Pessoa.
Rodrigo denunciou que o processo que condenou o ex-presidente por corrupção passiva é baseado em suposições e não em provas, como determina a legislação nacional, e portanto a disposição do TSE é pautada sobre um crime que não existiu e mesmo que tivesse existido, está em processo de julgamento, já que ainda existem recursos tanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), quanto no Superior Tribunal Federal (STF).
“Não permitir que Lula seja candidato é uma penalidade que não pode ser corrigida depois”, apontou. “A prisão nesse caso já seria injusta, mas o que será feito quando o STF se reunir e decidir que Lula é inocente? Vão voltar o calendário eleitoral? A inelegibilidade fere os direitos de Lula de forma irreparável”, disse Rodrigo.
O dirigente nacional do PT garantiu ainda que o partido vai recorrer ao STF sobre a decisão do TSE de tornar Lula inelegível e deve acionar mais uma vez a Comissão de Direitos Humanos da ONU para analisar o caso. De acordo com ele, Lula continua sendo a principal escolha do partido para o pleito.
“Lula está muito preocupado com a situação do país e por isso nós vamos até o último recurso para legitimar a candidatura à presidência”, afirmou Rodrigo. “Todas as pesquisas registradas na Justiça Eleitoral apontam o favoritismo do presidente Lula; tirá-lo da disputa eleitoral é tirar o direito do povo brasileiro escolher o próximo presidente da república”, defendeu.