PT engrossa a luta pelo impeachment de Jair Bolsonaro

Comissão Executiva Nacional da legenda decide encampar campanha pelo afastamento do presidente, e vai apresentar proposta com amplos setores da sociedade civil e outros partidos. Líderes petistas formalizarão pedido na próxima semana. “Com este governo, não dá mais”, disse Gleisi, em anúncio com os líderes José Guimarães e Enio Verri

Comissão Executiva Nacional do PT decidiu nesta sexta-feira (15) apresentar à Câmara dos Deputados um pedido coletivo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, assinado com amplo conjunto de movimentos sociais, organizações da sociedade civil, entidades e representantes da comunidade jurídica, além de outros partidos, como o PSOL, e frentes políticas. “Não dá mais com este governo”, disse a presidenta nacional do PTGleisi Hoffmann (PR).

O anúncio foi feito por ela e os líderes do PT na CâmaraEnio Verri (PR), e da Minoria no Congresso, José Guimarães (CE). “Bolsonaro é incapaz de dar resposta à crise que estamos vivendo e não tem condições, nem capacidade administrativa e humana de conduzir o país. Briga com todo o mundo, e não protege o povo brasileiro”, apontou Gleisi Hoffmann. “É bom lembrar que o PT tem quatro ações na Justiça Eleitoral que pedem a cassação de chapa de Bolsonaro e [Hamilton] Mourão”.

Segundo os líderes, a direção nacional do PT está fazendo consultas e articulações com as forças democráticas e populares para que o pedido coletivo de Impeachment seja elaborado, assinado e apresentado até a próxima semana, mantendo a possibilidade de inclusão posterior de outras forças e entidades. “É preciso fazer avançar o pedido de impeachment”, disse Verri. “É em respeito ao povo brasileiro e à vida da população. Enquanto a população morre, temos um presidente irresponsável”.

Eleições diretas

Além de apresentar o pedido coletivo de impeachment de Bolsonaro, o PT lutará pela tramitação e aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 37/2019, que prevê a realização de eleições presidenciais em caso de vacância do cargo, por qualquer motivo, até seis meses antes do fim do mandato. “Essa posição consolida a posição das esquerdas e dos democratas brasileiros. Não dá mais para Bolsonaro continuar a conduzir os destinos do país”, apontou José Guimarães.

Conforme Resolução do Diretório Nacional de 2 de maio, o PT entende que não basta encerrar o governo Bolsonaro, mas que é preciso substituí-lo por um governo eleito pelo povo, para salvar a vida da população, os empregos, a renda e a própria democracia. “Não há saída para a crise nacional que não passe pelo povo”, disse a presidenta do PT. “Há uma corrosão hoje do governo”, reforçou Guimarães.

Em conjunto com todas as forças aglutinadas no Pedido Coletivo de Impeachment, o PT organizará uma campanha nacional Fora Bolsonaro, em defesa da vida e da democracia. Ao lado disso, o PT manterá a luta pelo fim do governo Bolsonaro pelos dois outros caminhos previstos na Constituição: o julgamento pelo TSE das quatro ações que pleiteiam a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, pelos crimes cometidos na eleição de 2018, e a abertura de ação contra Bolsonaro pelos crimes denunciados ao STF.

Recuperação da economia

A Executiva Nacional do PT também decidiu iniciar os debates para a construção de um projeto para a recuperação da economia do país após a crise do coronavírus e o desastre nacional dos governos Temer e Bolsonaro.

O PT declara irrestrita solidariedade aos governadores e prefeitos que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, diante dos ataques, da sabotagem às ações contra a pandemia e da asfixia financeira que Bolsonaro impõe. “São os governadores que estão enfrentando o coronavírus e que estão dando guarida à população e mantendo o Sistema Único de Saúde de pé, atendendo o povo”, disse Gleisi.

Outra posição adotada pela legenda é a defesa do adiamento das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), marcadas para outubro, lançada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). “Não tem como lançar o Enem na data que o governo está propondo”, defendeu. “Isso é desleal com grande parte dos estudantes brasileiros que não têm acesso à internet e não terão as mesmas condições na prova”.

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