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Após sofrer críticas da França pela ausência de políticas de combate aos incêndios que destroem o Pantanal e a Amazônia, Jair Bolsonaro (sem partido) usou informações de combate ao desmatamento e desenvolvimento agropecuário da época dos governos Lula e Dilma para se defender. As informações foram divulgadas em uma nota conjunta assinada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pelo MRE (Ministério das Relações Exteriores).
No documento o governo Bolsonaro apontou que entre 2004 e 2012, o desmatamento da região da chamada Amazônia Legal caiu 83%, enquanto que a produção agrícola subiu 61%. O texto da nota ainda informa que o rebanho bovino cresceu em mais de 8 milhões de cabeças, chegando a 212 milhões em 2012.
A nota ainda tenta associar os dados a uma suposta “tendência histórica de intensificação da agropecuária brasileira e dos decorrentes ganhos de produtividade, em sintonia com a preservação ambiental” e ignora, por exemplo, que em novembro do ano passado, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que, no acumulado de 1º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019, houve registro do maior desmatamento para um período de dez anos na região, sendo derrubados 9.762 km² de vegetação nativa.
O número representa uma alta de 29,5% em relação ao registrado no mesmo período de 2017 a 2018, tornando esse o pior agosto dos últimos 10 anos, segundo o Inpe, com mais de 1.499km² de florestas devastadas.
Vergonha Internacional
No último dia 18, a França divulgou um relatório opondo-se ao tratado comercial entre União Europeia e Mercosul da maneira em que foi concebido, alegando incapacidade do atual governo brasileiro em garantir o gerenciamento de possíveis impactos ambientais que o acordo possa trazer ao país.
Em seu discurso na ONU, no último dia 23 de setembro, Bolsonaro não contribuiu para melhorar a imagem do país, culpando “indígenas e caboclos” pelas queimadas no Pantanal, negou o fogo que consome a Amazônia, atacou nações preocupadas com as florestas, sobretudo a França e mentiu quando disse que o auxílio emergencial pago durante a pandemia foi de US$ 1.000 dólares.
Com informações de Uol